terça-feira, 18 de janeiro de 2011

PIDPEI É NOTICIA

 
"Aqui as ruas não eram asfaltadas". Mesmo com essa dificuldade de adaptação, ele começou a se relacionar com algumas pessoas e formou grandes amizades. "Tinhamos um grupo de pessoas do bem. Não entrava drogas e nem bebidas. O máximo que acontecia era beber uma com limão para ficar doidão. Mas isso era um lema e nem sempre usávamos. Quem chamava a gente de babaca hoje está embaixo da terra, preso ou perdido na vida", explica. Quando completou 18 anos decidiu cursar arquitetura por correspondência, através do Instituto Universal Brasileiro. Foi nesse período em que começou a ter contato com política e a se interessar mais pela esquerda e suas idéias socialistas. O pensamento foi se transformando e desistiu de arquitetura para se interessar por teatro. Fez dois anos do curso com o dramaturgo Augusto Boal. Por mais um ano estudou no Clube Escola Curuçá até que assumir o posto de diretor, ficando no cargo por 12 anos .
Pouco depois, ele conheceu uma pessoa com quem se casou e viveu por 5 anos. Ela já tinha filhos e, justamente por problemas familiares, decidiu se separar e retomar sua vida em outro lugar. "Minha vida se resumia a uma caixa de fogão: coloquei minhas coisas em uma caixa deste tamanho e fui me encontrar com Dan (apelido dado ao seu amigo Mário) na Sé e contei tudo a ele. Fomos até o terminal rodoviário Tietê e lá comprei uma passagem para Brasília. No caminho ouvi Faroeste Caboclo, do Legião Urbana, e imaginei que minha vida pudesse ser comparada com a de João de Santo Cristo a partir daquele momento". Quando chegou, decidiu visitar o seu tio em Goías. "Ele estava muito contente pois não recebia nenhum parente lá". Carlos decidiu ficar ali por um ano. Deu aulas particulares de inglês, português e outras matérias e vinha sempre a São Paulo a cada 3 meses para visitar os pais e os irmãos.
Em uma dessas voltas, decidiu ficar para cuidar dos pais, já que sua mãe apresentava um quadro de depressão e seu pai estava com câncer. "Eu era um dos filhos mais queridos pela minha mãe, talvez pela deficiência. Meu pai já tinha câncer antes, mas estava se agravando". Pouco depois seu pai faleceu e  após foi sua mãe. Quando voltou a São Paulo, ele começou a trabalhar no projeto Arquimedes da Secretaria de Cultura e foi atuar na escola Madre Paulina e depois na Associação Amigos do Itaim Paulista. Em seguida começou a ser voluntário no telecentro Curuçá. Com o seu trabalho conseguiu transformar a visão que as pessoas tinham por achar que os deficientes não se desenvolviam tão bem. No telecentro ele foi convidado a ser professor de informática no CEU Curuçá (telecentro) e a desenvolver um projeto de inclusão digital para os deficientes e o público da 3ª idade, formando assim o PIDPEI.





MATÉRIA PUBLICADA NO www.itaimpaulista.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário